Talvez eu realmente nunca me
acostume com essa geração.
Sempre fui hibrida, sempre consegui me adaptar as
constantes mudanças de tempo e espaço. Mas não a essa geração, onde todas as
fotos tem um efeito do Retrica ( como se os próprios do instagram não fossem
ridículos o suficiente), com garotos de 14 anos com a aparência de vinte e
poucos, com as meninas de doze com a tag #ficagrandeporra, com as fotos mostrando a língua e/ou
entortando a boca, com aqueles repetidos textos de “te amo” para os
duzentos relacionamentos durante o ano.
Nunca
vou me adaptar, aquele bonezinho que não se decide se fica na cabeça ou se cai
(na boa, aquilo é ridículo) aos óculos de sol espelhados, sinceramente não sei
se aquilo é pra proteger os olhos ou para cegar as pessoas nas ruas. Nunca me adaptar aos grupos do ‘Whatsapp’ cheio de crianças
narcisistas (meu celular tem mais fotografias alheias do que minhas) que se
acham maduras o suficiente para encarar a realidade, mas sequer saíram do
ensino médio, a vida sequer começou.
Nunca
vou me adaptar a certos contextos musicais atuais, com as pessoas que ficam
zen, são poderosas, ficam de cara, pagam calcinha, ficam no camarote, vão pra
dubai, sambam nas inimigas, se a
muriçoca aperreia a noite ou fazem milhões de quadradinhos, de quatro, de oito,
de vinte milhões, de borboleta, pato, vaca, foca manca ou seja lá qual seja a
modalidade do negócio.
Sinceramente
eu não vou me adaptar. Talvez até ature, tente respeitar, mas me adaptar acho
que não. Mas vamos ver né? Quem sabe daqui há cinco ou dez anos essa geração
estará escrevendo um texto como esse falando da geração após a deles.
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